Na última quarta-feira (27), Djamila Ribeiro participou, em São Paulo, de jantar com o presidente francês Emmanuel Macron. Em seu Instagram, a filósofa brasileira descreveu a oportunidade como um importante momento de diálogo, reflexões e construção de pontes entre Brasil e França, e o resultado de um trabalho realizado ao longo dos anos no cenário político e cultural.
“Como uma escritora que possui três livros traduzidos e um livro publicado somente em francês, tive a chance de dialogar com ativistas e intelectuais francesas e africanas em diversas turnês, e pude estabelecer pontes importantes”.
A filósofa brasileira também se disse grata por ter sido condecorada em 2023 com o Prêmio Franco-Alemão de Direitos Humanos e Estado de Direito, uma das mais altas honrarias, concedida de forma conjunta por Alemanha e França. Djamila lembrou ainda que, em 2023, debateu possibilidades de cooperação que envolvam trabalhos de fortalecimento de mulheres com a então chanceler francesa Catherine Colonna, em visita ao Espaço Feminismos Plurais.
No encontro com Macron, a escritora brasileira sugeriu que a França se inspire no Brasil, adotando em seu censo critérios étnicos.
“Aproveitei a oportunidade para pontuar sobre a importância do desenvolvimento de pesquisas e estatísticas com base em raça, algo que não é feito na França atualmente, mas que o Brasil tem muito a contribuir e ensinar”.
Esta foi a segunda vez que Djamila encontrou-se com Emmanuel Macron. Em 2019, a filósofa participou do programa Personalidades do Amanhã, promovido pelo governo francês, quando pôde conhecer o presidente francês no Palácio Elysee, durante a condecoração da medalha Simone Veil à ativista camaronesa Aissa Doumara.
Djamila também destacou a presença no jantar dos campões mundiais Raí e Paulo Cesar Caju, que marcaram a história do futebol francês atuando pelo Paris Saint German e pelo Olympique de Marseille, respectivamente.
“Tive a honra de dividir a mesa com os grandes Paulo Cezar Caju e Raí, tri e tetracampeão respectivamente, que são ídolos no país do presidente. Além disso, são dois exemplos da junção poderosa entre o talento e a consciência política, infelizmente algo tão em falta no cenário atual do futebol”.
Também estavam no jantar, entre outras distintas personalidades, a professora Ligia Ferreira, referência nos estudos sobre a vida, obra e legado de Luiz Gama, e Roberta Estrela Dalva, que, como bem lembrou Djamila, “tem desenvolvido há anos um trabalho importante na cultura brasileira de fomento ao Slam”.